Por trás do glamour olímpico
Cavalo que seria explorado em Olimpíadas é morto
O cavalo Grass Valley, explorado e torturado pelo cavaleiro Gabriel Cury que será um dos cavaleiros que irá competir nas Olimpíadas 2016, foi assassinado em abril de 2016 no Internacional Belton Horse Trials, na Inglaterra, ele feriu a pata em um obstáculo durante a prova de cross country e foi sacrificado.
Ainda assim Luiz Roberto Giugni, presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), deixou claro que a equipe brasileira ainda tem esperanças de ganhar medalhas nas Olimpíadas, afinal para eles é só isso que interessa: ganhar, mesmo que às custas do sofrimento de seres sencientes e inocentes.
Ele ainda deixa claro que para a CBH e os praticantes de hipismo cavalos não passam de máquinas descartáveis ao afirmar que: “Perdemos esse cavalo, mas temos outros. A gente sempre quis ter a quantidade e a qualidade aumentados. A gente não tinha descarte de resultados. Hoje a gente tem”.
Os cavalos são as vítimas esquecidas das Olimpíadas. Se nem a maioria dos ativistas brasileiros pelos direitos dos animais se lembram deles quem vai se lembrar? A maioria dos ativistas brasileiros não fazem campanha contra o hipismo, nem contra corridas de cavalos. Mesmo nas campanhas que a maioria dos ativistas brasileiros fazem, com excessão das campanhas contra carroças, charretes, cavalgadas, romarias a cavalos e abate de cavalos, eles não são lembrados na maioria das vezes.
Na maioria das campanhas contra vaquejadas, touradas, provas de laço e bulldog só se fala sobre o sofrimento dos bovinos e não sobre o sofrimento dos bovinos E equinos. Mesmo as campanhas contra provas de montarias geralmente só focam nas montarias em touros, a crueldade das montarias em cavalos acabam esquecidas. Campanha contra prova dos três tambores, team penning e similares a maioria dos ativistas brasileiros também não faz.
Existem ótimos textos de alguns poucos brasileiros sobre o assunto, e alguns que dizem que o problema do hipismo, das corridas de cavalos e da prova dos três tambores é só o fato de ser exploração, claro que o fato de ser exploração já é o suficiente para que algo seja errado e deva ser abolido. Mas o fato é que o hipismo, as provas dos três tambores, as corridas de cavalos e similares além de exploração também são crueldade.
Aliás a estratégia dos organizadores de provas dos três tambores agora é dizer que três tambores não é rodeio, é hipismo, ainda que fosse, e eles realmente tentam ser reconhecidos pela federação internacional de hipismo como modalidade oficial de hipismo, ainda não significaria que não é cruel, visto que todas as provas de hipismo são cruéis, mas eles sabem que a maioria dos ativistas não fazem campanha contra o hipismo e assim a maioria da população não está sendo conscientizada sobre a crueldade do hipismo e assim o argumento deles tem grandes chances de funcionar.
Outra estratégia dos organizadores de provas dos três tambores, team penning, ranch sorting, working penning, seis balizas, cinco tambores, apartação e até mesmo bulldog e provas de laço é dizer que não são modalidades de rodeio e sim esportes equestres, ora esporte equestre é qualquer dito “esporte” que usa cavalos, então obviamente todas as modalidades de rodeio que usam cavalos são também esportes equestres, assim como as vaquejadas e as touradas também o são, todos os esportes equestres são cruéis, todos devem ser abolidos sem excessão, esporte equestre não é sinônimo de livre de crueldade, muito pelo contrário é sinônimo de crueldade, dor, sofrimento, morte e exploração.
Houve grande repercussão pelo assassinato da onça Juma, do novilho que morreu na prova de bulldog em Barretos, do gorila Harambe, há grande repercussão quando um cavalo explorado para puxar carroça ou charrete ou explorado em cavalgadas ou romarias é morto, porém quando um cavalo é assassinado no hipismo ou nas corridas de cavalos, aqui no Brasil passa batido, é como se a vida deles valesse menos do que a vida de onças, gorilas, bovinos e cavalos explorados em rodeios, tração, cavalgados e romarias.
Embora alguns ativistas que fazem campanha contra veículos de tração animal e abate de cavalos falem sobre isso, alguns se esquecem de que os cavalos mortos em matadouros são cavalos que foram descartados pelas indústrias do hipismo, das corridas e dos rodeios e que alguns cavalos usados para puxar carroças e charretes também são animais que foram descartados pelas mesmas indústrias. O ativismo brasileiro tem progredido, mas ainda tem muito que evoluir.
Para saber mais sobre a crueldade do hipismo clique neste link:https://revolucaoanimalistasite.wordpress.com/hipismo/